domingo, 19 de dezembro de 2010

( I ) Mobilidade Urbana: conseqüências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP - coletânea 3

De: Claudio Estevam Prospero
Enviada em: quarta-feira, 29 de setembro de 2010 18:56
Assunto: ( I ) Mobilidade Urbana: conseqüências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP - coletânea 3

( I ) Mobilidade Urbana: conseqüências e balanços das tentativas de solução. RJ e SP  -  coletânea 3


04/06/09 - 17h10 - Atualizado em 04/06/09 - 17h19

Obras na Marginal Tietê serão divididas em três trechos

Responsabilidade ficará com a Dersa e duas concessionárias.
Investimento previsto é de R$ 1,3 bilhão, segundo governo de SP.
Do G1, em São Paulo
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As obras da nova Marginal Tietê, anunciadas nesta quinta-feira (4) pelo governo de São Paulo, serão divididas em três trechos, sob responsabilidade da Dersa e de duas concessionárias de rodovias. O projeto prevê a construção de uma nova pista com cerca de 23 km de extensão, e três faixas, de cada lado da marginal, além de quatro pontes e três viadutos ao longo da via. O investimento será de R$ 1,3 bilhão. 

A Dersa será responsável pelas obras entre o viaduto da CPTM na região da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, até a Rua Ulisses Cruz, no Tatuapé, na Zona Leste, em um total de 15,2 km. A concessionária AutoBan é responsável pelo trecho de 4 km que vai do viaduto da CPTM até o Cebolão. Já a concessionária que assumirá a Rodovia Ayrton Senna ficará com o trecho do Tatuapé até a estrada, no total de 3,5 km. 

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A previsão do governo é de que a obra da nova pista será entregue em março de 2010. As quatro novas pontes (Complexo Bandeiras, Cruzeiro do Sul, Tatuapé e Complexo Dutra/Castello Branco) e os três viadutos devem estar prontos em outubro de 2010. O investimento de R$ 1,3 bilhão será feito pelo governo e pelas concessionárias. 

O governo acredita que, após a conclusão das obras, haverá uma redução no tempo gasto em congestionamentos na marginal em 35%. Segundo cálculos apresentados no projeto, a Marginal Tietê apresenta filas de 30 km, em média, nos horários de pico, 25% do total na cidade. O desperdício de tempo é de 1,7 milhão de horas/ano e o de combustível, 1,5 milhão de litros/ano. 

A Dersa e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) desenvolvem um plano para diminuir o impacto no trânsito durante o período de obras. O governador José Serra disse que a construção deve começar ainda neste semestre. Dois mil empregos diretos e 6 mil indiretos serão criados com as obras. 
Compensação ambiental
O governador anunciou também a construção de um parque linear às margens do Rio Tietê. O parque começará em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste de São Paulo, e vai até Salesópolis, cidade da Região Metropolitana. Será feito um programa de compensação ambiental com o plantio de cerca de 83 mil árvores ao longo da marginal e nas vias de acesso.

Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Projeto prevê nova ponte na região da Avenida Cruzeiro do Sul (Foto: Divulgação/Governo de São Paulo)


Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Pista auxiliar que será construída ao longo da marginal (Foto: Divulgação/Governo de São Paulo)


Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

Nova alça de acesso à Avenida Salim Farah Maluf prevista no projeto (Foto: Divulgação/Governo de São Paulo)



Infraestrutura

Nova Marginal Tietê fica mais cara e poderá custar quase R$ 2 bilhões

Previsão de gastos do governo paulista no projeto da Nova Marginal Tietê mais que dobrou em menos de um ano, de acordo com reportagem publicada pela Folha de São Paulo
22/10/2009 17h01 admin
Uma reportagem publicada esta semana pelo jornal Folha de São Paulo revela que o custo do projeto da Nova Marginal Tietê mais do que dobrou em menos de um ano. Segundo o jornal paulista, o custo já se aproxima da soma de R$ 1,86 bilhão, dinheiro que daria para construir 9 quilômetros de metrô.
O governo José Serra (PSDB), que havia divulgado a ampliação da marginal Tietê no final de 2008 por R$ 800 milhões, afirma que a mudança não se deve ao aumento de contratos ou obras, mas à inclusão de intervenções no empreendimento global e que não eram previstas –antes, diz, eram 15 km de pistas; agora, 23 km.
Em junho passado, Serra assinou a ordem de serviço da Nova Marginal anunciando um desembolso de R$ 1,3 bilhão. Essa informação do “custo total do empreendimento” continua no site oficial do projeto.
Na prática, porém, essa será a quantia só com obras civis –porque, além da alta de gastos ambientais, a Dersa decidiu nos últimos meses “incluir melhorias”, diz seu diretor de engenharia, Paulo Vieira de Souza.
Entre elas estão as reformas da sinalização da via (R$ 80 milhões), da iluminação (R$ 60 milhões) e a implantação de um centro de monitoramento (R$ 140 milhões), que beneficiam também a marginal Pinheiros. Além da inflação (inferior a 4%), ele cita que a primeira estimativa envolvia só 15 km de pistas –que depois subiu para 23 km, com a inclusão das extremidades, a cargo de duas concessionárias de rodovias. Diz também que houve um incremento de R$ 100 milhões com despesas na calha do rio, para evitar desassoreamento, porque a opção de fazer pontes estaiadas (que não teriam essa interferência) acabou alterada.
O diretor da Dersa declara ter sido pego de “surpresa” com as novas compensações ambientais exigidas pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da prefeitura no último dia 13, incluindo a criação de parques e ciclovias ao longo do Tietê, da Penha até Itaquaquecetuba.
“A marginal tem a maior compensação ambiental do mundo. Como engenheiro, eu não queria devido ao custo da obra. Como cidadão, acho um espetáculo”, diz Souza, citando que os gastos vão superar os R$ 88 milhões das mesmas despesas na alça sul do Rodoanel (projeto de quase R$ 5 bilhões).
Com informações da Folha de São Paulo

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A obsessão por túneis, viadutos, grandes avenidas...

by Admin  last modified 2009-12-02 12:28
Especialistas criticam a priorização do transporte individual pelos governos através da realização de grandes obras viárias

23/11/2009
Michelle Amaral
da Reportagem
Na cidade de São Paulo, a lei 13.241, de 2001, que rege a prestação do serviço em transporte público, estabelece, em seu artigo terceiro, que é dever do poder público dar prioridade ao transporte coletivo sobre o individual.
No entanto, especialistas afirmam que não é isso que acontece na metrópole. Segundo eles, a atenção, tanto do governador José Serra (PSDB) como do prefeito Gilberto Kassab (DEM), está voltada ao transporte individual, através da realização de grandes obras viárias.
Chegam a cerca de R$ 4 bilhões os investimentos estaduais e municipais em obras viárias previstas para serem concluídas até 2010 na cidade de São Paulo. O montante está destinado à construção de pontes, túneis e vias. Com este valor, calcula-se que seria possível construir, por exemplo, 20 km de metrô.
A quantidade de projetos em obras viárias de visibilidade realizada por Serra e Kassab é a maior desde a gestão de Paulo Maluf (PP), prefeito por duas vezes – de 1969 a 1971 e de 1993 a 1996 – e responsável pela construção, entre outros, do Minhocão, da avenida Roberto Marinho, da Faria Lima e da Radial Leste, além do túnel Ayrton Senna.
Lucas Monteiro, do Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP), explica que, de um modo geral, pode-se dizer que os governos têm como prioridade o transporte privado. “Mesmo que tenha um discurso sobre transporte público, a maior parte dos investimentos governamentais são para a ampliação da malha viária nas cidades visando o transporte particular em detrimento do coletivo”, completa.
Trânsito
Uma das obras de maior visibilidade sendo realizada em São Paulo é a ampliação da Marginal do rio Tietê, que custará R$ 1,3 bilhão, com a construção de novas pistas, pontes e viadutos. A obra tem previsão de conclusão até outubro de 2010, ano eleitoral.
O objetivo da Nova Marginal do Tietê, segundo Serra, é dar maior fluidez ao trânsito e diminuir o tempo de viagem dos paulistanos. Hoje, a Marginal apresenta cerca de 30 km de congestionamento nos horários de “pico”, 25% do total medido na cidade.
Outras obras viárias ainda serão realizadas na cidade, como o túnel que ligará a avenida Roberto Marinho à rodovia dos Imigrantes, que terá um custo de aproximadamente R$ 2 bilhões, a ampliação do túnel Jânio Quadros e a ligação do túnel Ayrton Senna à avenida 23 de Maio, que inclusive motivou decretos de desapropriação na região.
Diferentemente do que defende o governo estadual, que a ampliação da malha viária contribuiria para melhor a mobilidade urbana, o engenheiro e ex-secretário de transportes da cidade, Lúcio Gregori, aponta o fato de se colocar o transporte coletivo a reboque do individual no que tange a investimentos e custeio como um dos maiores empecilhos à mobilidade.
Ele explica que a questão é bem mais profunda e extensa e que não se restringe somente à cidade de São Paulo ou aos centros urbanos brasileiros. “Desde sua implantação, as cidades foram se conformando ao uso do automóvel como único modo de se usufruí-las. Total falta de racionalidade na criação e uso do espaço, enfim, aquilo que muitos chamam de caos urbano, mas que é muito organizado se olhado pela perspectiva da indústria automobilística”, detalha.
Segundo o engenheiro, uma das grandes motivações dos investimentos governamentais na priorização do transporte individual é a própria industria automobilística, que movimenta bilhões em todas as suas esferas, desde a produção até a propaganda.
O setor, por exemplo, recebeu atenção especial dos governos durante a crise econômica mundial, desencadeada a partir do segundo semestre de 2008. No Brasil, foram destinados R$ 4 bilhões para os bancos operados por montadoras, a fim de se garantir crédito para o financiamento na venda dos veículos. Além da concessão de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de automóveis, de dezembro de 2008 ao final de setembro deste ano.
Transporte como saída
Wagner Gomes defende que, olhando do ponto de vista de se garantir a mobilidade nos grandes centros urbanos, o transporte coletivo é a solução, e não a priorização de ampliação das vias para os automóveis. “Para você ter uma idéia, o espaço que quatro carros ocupam em uma rua, e cada carrega quatro pessoas, é o mesmo espaço que ocupa um ônibus e que poderia carregar cerca de 80, 90 pessoas. Esse é o grande nó, que é o problema da política deliberada de investimento, em nossa opinião, contrária ao transporte público”, explica.
Para o metroviário, a saída para a questão da mobilidade urbana está na ampliação da malha ferroviária e do metrô e na construção de mais corredores de ônibus. “Dizem que o corredor de ônibus prioriza o transporte coletivo. Mas o que é um corredor de ônibus? É uma faixa destinada a ônibus contra quatro faixas destinadas exclusivamente a carros”, lembra Lucas Monteiro, que alega que não há uma solução a curto prazo para o problema do trânsito em São Paulo, mas que medidas destinadas à melhoria do transporte público, como ampliação dos corredores de ônibus, da malha ferroviária e do metrô, contribuiriam para amenizar o problema.
Gregori alerta que “quanto espaço se ofertar para a fluidez do trânsito, tanto os automóveis o ocuparão”. Dessa forma, o engenheiro também acredita que a solução para o problema do trânsito em São Paulo, como em outros centros urbanos, é a construção de mais corredores de ônibus, ao invés de somente ampliar a malha viária destinada aos automóveis.
Na capital paulista, a frota de veículos é de cerca de 5 milhões, enquanto que a de ônibus é de pouco mais de 41 mil, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).
O engenheiro defende que, havendo oferta abundante e barata de transporte coletivo de qualidade, poderá se produzir o desestímulo ao uso do transporte individual, reduzindo assim o trânsito nas cidades, por exemplo.
Segundo Gregori, a falta de atenção ao transporte coletivo e os problemas em torno da mobilidade urbana nos grandes centros, ao contrário das explicações sobre limitações técnicas para a realização das mudanças, tratam de opção política, da forma como os governos lidam com a questão. “Se a política estiver no caminho certo, de priorizar efetivamente os transportes coletivos, as soluções técnicas serão efetivadas nessa direção. Caso contrário, não”, analisa.


Obra na Marginal Tietê vai na contramão da história
Publicado em 29/06/2009

O governador José Serra está indo na contramão da História. Mandou cortar 1.500 árvores dos canteiros centrais da Marginal Tietê. Vai concretar os gramados para construir sobre eles mais uma pista para automóveis e caminhões.

A Dersa, empresa que está executando o serviço, informou que para compensar o estrago plantará milhares de árvores nos arredores da Marginal. São mais 15 ou 20 mil mudas, não me recordo. O número não importa, pois eles sabem que ninguém vai sair por lá contando uma por uma para ver se cumpriram a promessa.

Ironia do destino, soube dessa notícia pelo SPTV, telejornal local da TV Globo em São Paulo. A emissora, recentemente, fez a maior campanha pela despoluição de nossos rios. Como maior exemplo, mostrou o que foi feito na Coreia do Sul com o rio Han, que era tão sujo como o Tietê, e hoje é motivo de orgulho no País.

Para recuperar o rio, os coreanos demoliram até pistas de automóveis que haviam sido construídas nas suas margens. Exatamente o contrário do que o governo paulista vai fazer, agora.

Ao apresentar essa reportagem sobre as obras no Tietê, o jornalista (formado) Carlos Tramontina mal conseguiu disfarçar sua contrariedade. A Globo, em São Paulo, historicamente, poupa os governos do PSDB que, aliás, sempre patrocinaram seus telejornais por intermédio da Nossa (lá deles) Caixa.

Por isso, provavelmente, Tramontina não pôde criticar a iniciativa do governo paulista. Limitou-se a dizer que nesse episódio técnicos do governo do Estado e da Prefeitura divergem. Para os técnicos da Prefeitura a impermeabilização das margens do rio contribuem para as enchentes. Logo, mais asfalto na Marginal, além de degradar o meio ambiente, vai provocar mais enchentes.

Infelizmente, este jornalista que vos escreve nunca foi patrocinado pela Nossa Caixa ou por outra empresa estatal paulista. Em compensação, tem liberdade para criticar essa obra, pela qual o governador de São Paulo merece um novo apelido:

José Motosserra.

Texto originalmente publicado no blog EscutaZé
www.escutaze.com.br


A “guerra” entre automóveis, caminhões, motos e moradores do Morumbi e região

20/09/2010 11h20 - Atualizado em 20/09/2010 16h03

CET vai proibir caminhões em quatro avenidas do Morumbi

Medida é motivada pelo aumento do fluxo desses veículos no bairro. 
Restrição deve seguir dias e horários adotados na Marginal Pinheiros.

Juliana CardilliDo G1 SP

O secretário municipal de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, anunciou na manhã desta segunda-feira (20) que caminhões serão proibidos em quatro avenidas do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com ele, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) constatou o aumento do volume de trânsito na região, pois muitos veículos proibidos de circular na Marginal Pinheiros passaram a utilizar avenidas do bairro, em vez do Rodoanel.
A proibição acontecerá nas avenidas Morumbi, Giovanni Gronchi, Jorge João Saad e Guilherme Dumont Vilares. “Nesses dias de restrição a caminhões na marginal e na Bandeirantes, nós identificamos um maior volume de veículos no Morumbi. A CET fez contagem, acompanhamento desses veículos, para ver de onde eles vinham e para onde eles iam. Ficou claro para a CET que ainda existia um volume muito grande de veículos que cruzava a cidade de São Paulo através dessas vias, usam esse caminho para ir para o Porto de Santos e cidades do ABC, quando a utilização adequada é pelo Rodoanel”, disse Branco.
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De acordo com o secretário, o intuito das restrições é dividir o transporte de cargas na cidade – o que precisa ser entregue dentro da capital paulista deve ser feito em veículos menores, os chamados Veículos Urbanos de Carga (VUC), que também poderão circular nas novas vias restritas. No caso de cargas maiores que não podem ser divididas há horários especiais para o transporte.
O secretário não deu detalhes sobre dias e horários da restrição, mas afirmou que ela certamente seguirá os moldes da proibição na Marginal Pinheiros. O horário da restrição nessa via tem início às 5h e vai até as 21h, de segunda a sexta-feira. Aos sábados, começa às 10h e termina às 14h. Cardinale Branco afirmou que ainda esta semana a CET divulgará a data de início da proibição nessas quatro avenidas e os detalhes da medida.
A restrição a caminhões começou no dia 2 de agosto em um trecho da Marginal Pinheiros - entre as pontes do Jaguaré e do Morumbi - e nas avenidas dos Bandeirantes e Jornalista Roberto Marinho. Os motoristas tiveram um mês para se adaptarem às mudanças. No caso da nova restrição no Morumbi, o secretário disse que também haverá um período de adaptação. Os veículos utilitários de carga, os VUCs, estão liberados.


20/09/2010 - 20h00

Restrição de motos reduz acidentes na marginal Tietê, segundo CET

DE SÃO PAULO
A restrição à circulação de motos na marginal Tietê, em São Paulo, causou a redução no número de acidentes de trânsito na via, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Desde 16 de agosto, motociclistas que trafegarem pela pista expressa correm o risco de ser multados.
Balanço feito um mês após o início da fiscalização e divulgado nesta segunda-feira pela companhia mostra que o número de acidentes com motos caiu 66%, em relação a período semelhante de 2009. Entre 16 de agosto e 15 de setembro foram registrados 48 acidentes envolvendo motos nas pistas local, central e expressa da marginal Tietê --39 com vítimas e 9 sem vítimas. No ano passado, entre os dias 17 de agosto e 16 de setembro foram 142 acidentes.
Em um mês de fiscalização, 717 motociclistas foram autuados por burlar a proibição nos dias úteis. Trafegar em local e horário não permitidos é uma infração média, acarretando 4 pontos na carteira e multa de R$ 85,12.
De acordo com a CET, diariamente, cerca de 350 mil veículos circulam na via, sendo 70 mil caminhões e 36 mil motos.


9/14/2010 1:22:09 PM
Caminhões invadem avenidas no Morumbi e carros buscam vias locais
Moradores relatam aumento de tráfego após restrição na Marginal Pinheiros. Barulho, fumaça e tráfego intenso estão entre as reclamações.

Barulho, fumaça e tráfego intenso. Essa é a rotina que moradores doMorumbi e de outros pequenos bairros próximos na Zona Sul de São Paulo têm enfrentado desde que os caminhões tiveram sua circulação proibida durante o dia na Marginal Pinheiros. As principais avenidas da região foram tomadas por veículos de carga, e em busca de alternativas, os carros de passeio migraram para as pequenas ruas dos bairros – deixando vias antes pacatas com tráfego constante.
Segundo quem vive e trabalha no local, as vias mais afetadas peloscaminhões são as avenidas Morumbi, Giovanni Gronchi, Eliseu de Almeida e Jorge João Saad. Nesta última, por volta das 8h desta terça-feira (14). “É muito fluxo de caminhões, uma fumaça que não dá para aguentar. Antes era difícil passar um caminhão por aqui”, afirmou José Fernandes da Silva, de 62 anos, responsável por uma lanchonete na avenida. “O pessoal reclama que está sentado aqui e vem muita fumaça. Os caminhões soltam muita poluição quando param no sinal.”
É difícil trafegar por mais de um quarteirão sem ver um caminhão no bairro. Os motoristas dos veículos de carga utilizam as vias para evitar a Marginal Pinheiros, proibida entre 5h e 21h de segunda a sexta-feira desde o dia 2 de setembro. A expectativa da Prefeitura era de que eles passassem a usar o Trecho Sul do Rodoanel. Entretanto, muitos ainda preferem passar por dentro da capital paulista, complicando o trânsito de algumas vias até em horários nos quais o tráfego costumava ser tranquilo.
“Fora do horário de pico a Avenida Morumbi era bem tranquila, não tinha porque fugir dela. Agora ela está cheia de caminhões, que ocupam as duas faixas, porque a avenida é estreita, com curvas e muitas árvores”, conta o professor Flávio Ferreira, de 27 anos. Outra via com tráfego intenso é a Avenida Eliseu de Almeida, bastante esburacada e com obras que a interditam parcialmente.
Pequenas ruas
Os caminhões que se arriscam nas vias menores complicam ainda mais o trânsito. Os bairros usados como rotas de fuga das restrições na Marginal Pinheiros e na Avenida dos Bandeirantes são tomados por ruas estreitas e com várias subidas e descidas – diminuindo ainda mais a velocidade dos veículos de carga.
“Está difícil de sair de casa. Qualquer caminho que a gente tenta fazer tem trânsito. Tenho que sair mais cedo para levar meus filhos para a escola. Quase bati meu carro outro dia porque um caminhão estava ocupando duas faixas e não tinha espaço para passar”, contou a dona de casa Mariângela Ferreira, de 42 anos.
Dono de uma banca de jornal em uma travessa da Avenida Jorge João Saad, César Rodrigues dos Anjos, de 58 anos, conta que vê impacto também nas ruas menores. “O trânsito ficou muito pesado. A Rua José Jannarelli virou rota de fuga dos carros, fica tudo parado. O pessoal reclama muito, comenta que o trânsito está ruim por causa doscaminhões”, explicou ele, que também teme um aumento nos assaltos. “A Giovanni [Gronchi] já é recordista de assaltos. Agora ela vive parada, é mais fácil assaltarem os motoristas com o trânsito parado.”
Em algumas avenidas da região, como a Padre Lebret, que liga as avenidas Morumbi e Jorge João Saad, há restrição a caminhões – nesse caso, eles são proibidos entre 6h e 9h. Entretanto, nesta manhã, muitos trafegavam pela via dentro desse horário, e sem fiscalização, seguiam sem problemas.
CET
Em nota, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que está “realizando estudos do impacto dessas medidas no bairro, acompanhando e monitorando o comportamento do trânsito. Entre as vias monitoradas estão as avenidas Giovanni Gronchi, Morumbi, Eliseu de Almeida e Francisco Morato”.
A companhia também afirmou que, caso seja necessário, a restrição acaminhões poderá ser ampliada. A CET reforçou que o Rodoanel é a melhor alternativa para o tráfego de cargas.
Fonte: G1
Postado por: Thatiane de Souza

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